A função básica dos economistas é a criação de riqueza. Começou como ciência nas mãos de Adam Smith com A Riqueza das Nações em 1776, ano da Independência dos EUA.
Vamos colocar a Humanidade em perspectiva:
- Criação do Universo – 14 bilhões de anos
- Sol/Terra – 5 bilhões
- O2 (atmosfera) – 2,4 B
- Células – 2 B
- Peixes – 500 M
- Dinossauros – 300 M
- Mamíferos – 160 M
- Primatas – 10 M
- Pedra como ferramenta – 2,5 M
- Uso do fogo e linha do Homo (animal irracional) – 1,0 M
- Homo Sapiens (começamos a pensar) – 150 K
- Começamos a desenhar (artes) – 35 K
- Escrita e uso de metais – 6 K (Adão e Eva)
- Civilização (cidades) – 5 K
Da situação de não existirmos, não havia vida, passamos a uma situação na qual desenvolvemos inteligência artificial (cria-se uma vida material do nada) e criamos todos os membros de corpos humanos a partir do código genético. A Energia da Vida que define todos estes caminhos é uma coisa fenomenal. Constantemente evolui para o melhor, gera esta riqueza onde o mal sempre perde. São os fatos empíricos da Humanidade.
Economia é uma ciência como todas as outras. Existe para criar riqueza e melhorar nossas vidas. Se considerarmos a História da Humanidade, alguns eventos importantes nesta evolução:
- Pedra como ferramenta
- Fogo trazendo segurança e ampliação do período de luz
- Agricultura
- Comércio
- Indústria
- Serviços
- TI
- Genética
- Espaço.
Evolução sem limites e cada vez mais rápida. Daqui a 100 anos não haverá mais miséria, energia será solar e barata (pelo nível de poder de compra), estaremos trocando partes do corpo humano para alongar nossas vidas, morando e viajando a outros planetas, e a Terra será muito melhor do que hoje em termos ambientais e humanitários. Mais seres humanos estarão no estágio de Iluminados transformando nossas vidas.
E daqui a 1.000 anos? Hoje só usamos 10% do poder de nossas mentes. Há 1.000 anos só usávamos força animal. As principais ciências de hoje não existiam. As grandes descobertas ocorreram a partir do Renascimento com Da Vinci (1500) e Copérnico, e no Iluminismo com Galileu (1600) e Newton (1700). Nos últimos 100 anos tivemos fortes avanços na indústria (automóvel, avião), em tecnologia da informação, na genética e no espaço (lua, marte). Pense nesta mesma taxa de evolução, ou ainda maior, nos próximos 1.000 anos. Difícil até de imaginar. Vai ser um mundo muito mais espiritual.
Antes de Smith, o aumento de riqueza vinha através do Mercantilismo, quanto mais produtos (ouro e prata) um país conseguisse acumular melhor sua situação de riqueza. Na França aparece a Fisiocracia em cima dos negócios agrícolas. Gournay (1712-1759) caracterizou o Laissez-Faire e Quesnay (1694-1774) as primeiras análises econômicas sobre geração de riqueza.
Adam Smith (1723-1790) em viagem pela Europa teve contato com a Fisiocracia e observou a Revolução Industrial em andamento na Inglaterra. James Watt, inventor da máquina a vapor, era seu amigo e colega na Universidade de Glasgow.
Smith caracterizou as vantagens do interesse próprio dos empresários no conceito da Mão Invisível. Se o interesse próprio agir a sociedade consegue preços mais baixos e maior oferta de produtos e serviços do que se um governo tentar oferecê-los. Contudo ele já observava que estes empresários sempre vão tentar agir contra os interesses públicos buscando subir preços via monopólios ou cartéis, evitando a competição. Caberia ao governo se precaver destas conspirações para preservar o interesse público frente ao individual.
A prosperidade econômica vinha através da divisão (e especialização) do trabalho, do uso racional do interesse próprio dos empresários e da competição. Com os interesses da Industrialização da Inglaterra em mente desenvolveu o conceito de Liberalismo de Mercado. Não era laissez-faire, reconhecia a importância do governo para conter o interesse próprio dos empresários.
Smith era matemático e reconhecia que a ciência nunca é superior ao bom senso. Escreveu A Riqueza das Nações em 1776 que foi um sucesso imediato esgotando as edições rapidamente.
Com a grande expansão da riqueza através da Revolução Industrial apareceu Karl Marx (1818-1883). Filósofo, sociólogo e Deseconomista. Preocupado com a “pobreza” dos trabalhadores criou o conceito da Mais Valia, que é a diferença entre o preço do produto e o custo da mão-de-obra (margem de contribuição). Marx achava que este valor era dos trabalhadores e não dos empresários que investiram na empresa. Criou-se aqui o Comunismo, aberração econômica feita por quem não entendia da natureza humana, que destruiu dezenas de milhões de vidas (URSS, China, Cuba etc.) e trilhões de dólares em riqueza da humanidade. Uma vergonha. Um Deseconomista. Um Destruidor de Riquezas.
No ano que morre Marx nasce John Maynard Keynes (1883-1946), filho de economista, matemático (aprendeu economia informalmente), aluno de Alfred Marshall (1842-1924), entendeu o problema dos trabalhadores causado pelo desemprego. Nesta época a Europa convivia com o problema da distribuição de renda.
Keynes reparou que a visão neoclássica de Livre Mercado não funcionava para criar e distribuir riqueza adequadamente, e vinha aumentando o problema do desemprego. Não conseguia entender qual o benefício para a riqueza do país ter mão-de-obra ociosa parada em casa. Criou a Macro-Economia e desenvolveu o conceito da Demanda Agregada composta por consumo e investimentos. É primordial aumentar a demanda agregada para minimizar o desemprego. Escreveu Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda em 1936.
Foi o mais brilhante economista do século XX e influenciou grande criação de riqueza para a Humanidade. Entre os países que mais adotaram as políticas de Keynes podemos destacar EUA, Alemanha, Suécia, Japão, Tigres Asiáticos, China e Malásia. Todos reconhecem o papel da iniciativa privada e do governo na maximização da renda de seus países. Os EUA inclusive mudaram a missão do FED para incorporar maximização de emprego a juros moderados.
Keynes, como representante do governo inglês na negociação do tratado da 1a Guerra Mundial que penalizava a Alemanha, pediu demissão ao reconhecer que o que se estava exigindo da Alemanha não era razoável. Seu compromisso com o bem da humanidade era maior do que com seu próprio país.
Outro economista brilhante, Milton Friedman (1912-2006), “Escola de Chicago”, criou o Monetarismo e sempre foi um “inimigo” do Keynes ao interpretar que as políticas keynesianas distorciam o mercado e criavam déficit fiscais irresponsáveis. O monetarismo acredita que o mercado tem que ser livre e o governo deve simplesmente gerenciar a oferta de moeda através de juros, base monetária e requerimentos de reservas. Quando a economia está recessiva diminui os juros para diminuir o desemprego (Política Expansionista) e quando a economia está crescendo aumenta os juros para controlar a inflação (Política Contracionista).
Escreveu Capitalismo e Liberdade (1962). O FED usou suas políticas para controlar inflação por um tempo, mas em 1982 as abandonou completamente e retornou ao modelo keynesiano.
Os monetaristas simplesmente não entendem como o poder de um planejamento de governo bem feito pode maximizar a criação de riqueza do país. Assume governo como sendo incompetente, inepto e corrupto, e que os empresários são os honestos e salvadores da pátria sem precisar de monitoramento. Nem Adam Smith acreditava nisto… Vide a crise de 2008. O interesse próprio é muito forte na natureza humana. O estágio iluminado que pensa primeiro na comunidade é extremamente raro entre os humanos em nosso atual estágio.
Atualmente a nata do conhecimento econômico gerador de riqueza está com Joseph Stiglitz (1946 – …) com o NeoKeynesianismo, que usa bastante da microeconomia para suportar os conceitos do Keynes. Acompanha o desenvolvimento da Ásia (East Asian Miracle). Como economista-chefe do Banco Mundial condenou as políticas do Consenso de Washington que prejudicava em muito as economias dos países subdesenvolvidos. Escreve muito sobre distribuição de renda, ineficiências do mercado e crescimento econômico. É um dos idealizadores do Brexit. Criou uma organização chamada Initiative for Policy Dialogue (IPD) que desenvolve e dissemina políticas macro-econômicas para países em desenvolvimento com o objetivo de apresentar um leque maior de alternativas e tornar o debate econômico mais inclusivo.
E Como o Brasil se Encaixa Neste Contexto de Criação de Riqueza?
Renascimento na Itália – séculos XV e XVI
Iluminismo na França – séculos XVI e XVII
Economia e Revolução Industrial na Inglaterra, França, Alemanha e EUA – séculos XVIII e XIX
Japão engata no fim do século XIX
Tigres Asiáticos, Países Nórdicos, China, Malásia engatam no século XX.
Brasil, amarrado a Portugal, ficou na agricultura, perdendo o bonde da industrialização. Brasil Colônia crescia a taxas de 1,0% ao ano. No Império subiu para 2,5%. Com a República (1889) passou a 4,1% e, com o engajamento militar a partir de 1930 no governo de Getúlio Vargas subiu para 5,6% ao ano até 1984. O período de Democracia Imperial (1985 a 2018) voltou para a taxa de 2,5% ao ano, desindustrializando o país reduzindo participação da indústria de transformação de 21% do PIB para 11% do PIB. A Evolução do Brasil.
Estamos muito atrasados (60-100 anos defasados da onda tecnológica mundial) e andando para trás.
A excelência econômica hoje encontramos em Singapura, EUA e China. EUA por ser o centro de quase todas as tecnologias, contudo erra no lado social e está encarando um Simpson Trump. Nos EUA não há comprometimento com quem está embaixo da pirâmide. A estrutura é feita para ser ruim estar embaixo. Singapura evoluiu este modelo e faz riqueza para todos os cidadãos, cobrando poucos impostos e organizando a economia toda. Em termos per capita (US$85K) já é mais rica do que os EUA (US$55K) e, se conhecer um estudante médio deste país, vai notar a clara superioridade do americano médio. Com 6 milhões de habitantes, tem duas das 15 melhores universidades do mundo. E a China é um fenômeno. Está aplicando a estratégia de Singapura para um país com 1,3 bilhão de habitantes.
O jogo da riqueza é muito bacana e precisamos engatar o Brasil nele. A Humanidade disponibiliza este conhecimento para quem quer aplicá-lo. As evidências empíricas são múltiplas e o processo é científico.