E não o que o Brasil pode fazer por você. JFK. A situação atual é caótica. Política e economicamente. Estamos evoluindo institucionalmente, com certeza, contudo a dor e o desespero estão crescendo e teremos 9 meses difíceis pela frente até uma impugnação de chapa pelo TSE. Um ponto interessante em tudo isto é que nós somos os culpados e a solução só depende da gente. Não vai vir solução dos EUA e nem da China. A solução está nas nossas mãos. Nós criamos o imbróglio. Nós precisamos voltar aos trilhos.
Na política sabemos que temos um sistema corrupto. 3 tipos de indivíduos: corrupto-competente, corrupto-incompetente e honesto-incompetente. O honesto-competente não é atraído para este ambiente, tem opções melhores. Esta é a realidade. Se não corrigirmos os incentivos deste sistema, pagando bem para eles ajudarem a fazer o Brasil crescer, com superávit nominal, investindo em infra-estrutura social, precisamos conviver com o pixuleco e os corruptos-competentes. A única solução atual, que fica de pé neste ambiente, é gastando tudo que for possível e mordendo um pedaço para fechar a conta de campanha e ficar rico. Temos que mudar para deixá-los ricos se conseguirem superávit fiscal. Como o lucro funciona para os empresários. O desafio aqui é enorme e demorado. Mudança estrutural.
Na economia estamos em vôo cego com pilotos suicidas. O BC usa os juros para segurar a inflação. Cego. Ao fazer isto diminui a atividade econômica, aumenta o custo dos empresários, reduz arrecadação tributária, aumenta despesas do governo e detona o déficit nominal. Buraco negro de PIB. Enfia os brasileiros na maior depressão que se pode imaginar. Conscientemente. O medo da inflação gerou este câncer no cérebro de gente burra que está deixando a população em situação de calamidade pública. Nosso BC faz papel de estado islâmico matando gente com juros usando terno e sem armamento. As conseqüências econômicas e sociais para os 25% mais pobres são sempre muito piores. Fome, violência, desilusões, desespero, falta de alternativa.
Ha-Joon Chang, economista da Coréia do Sul, país que cresceu a taxas de 7% ao ano por décadas, demonstrou que conviveram com inflação de 19% ao ano de 1960 a 1980, e que não há qualquer correlação entre inflação abaixo de 40% ao ano e crescimento econômico. No Brasil, economistas de bancos, incluindo Goldman, ficam recomendando nosso governo a aumentar os juros para conter a inflação, e facilitar seus lucros, visto que os outros produtos já estão comprometidos com a recessão. Falta cidadania, responsabilidade e coragem.
O que podemos fazer como brasileiros? No 7 a 1 para a Alemanha fomos ao banheiro, saímos da sala. Agora no 10 a 0 para a China, ou melhor, 7 a -3, precisamos entrar em campo. O Moro entrou com tudo. Boa parte do judiciário está vindo junto. Já temos bons árbitros. O trabalha agora está nas mãos de empresários, burocratas e economistas.
O Brasil só cresce através de lucro de empresários. Não tem outro caminho. E para não diminuir o crescimento o governo deve ter superávit nominal. Os empresários precisam de câmbio a R$8,30. O governo e os empresários precisam de juros a 5%, juros reais negativos. Inflação vai para 20-30%. OK. Faturamento, emprego, salário, lucro e arrecadação tributária vão subir muito mais.
Nas próximas semanas precisamos avançar nesta agenda econômica e continuar os esforços políticos para mudar a liderança, ou melhor, voltar a ter alguma liderança e representatividade.
Em que ações de seu dia-a-dia você pode ajudar o Brasil? Temos estes dois gargalos: economia e política.
Eduardo, você fala na folha de São Paulo que as universidades foram criadas na idade média para tirar a humanidade das trevas trazidas pela religião. Mas como assim, se as universidades foram criadas nessa época por iniciativa da própria IGREJA CATÓLICA?
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Geraldo, agradeço o comentário. As religiões trouxeram várias coisas boas. As Universidades começaram até em cima de temas religiosos e foram abrindo o leque de cursos a medida que o conhecimento foi se desenvolvendo. Agora a Inquisição, a condenação de Copérnico e qualquer outra crença científica que ia contra os dogmas da religião não são atos para se orgulhar. Na mesma linha entra a arrecadação de dízimo, a isenção de impostos, o envolvimento em política com membros no Congresso para defender seus interesses, a falta de governança na transparência dos recursos arrecadados e usados, o papel de intermediário de Deus gerando dependência nos fiéis, ao invés de estimular as pessoas a usarem o bem interior que já está dentro delas, que faz parte da natureza da vida humana.
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