Existe algum? A “saúde” de um país é claramente definida por sua política macro-econômica. Ela viabiliza a geração de riqueza que deve ser alocada através das políticas de governo de igualdade de oportunidade e distribuição de renda para termos uma sociedade mais equalitária. A grande questão da macro-economia é como gerenciar as três variáveis-chave que são câmbio, juros e déficit nominal (poupança fiscal) para maximizar a geração de riqueza definida pela renda média dos brasileiros (PIB per capita). Estas variáveis determinam a demanda agregada de Keynes e o nível de empregos no Brasil.
O objetivo não é gerenciar inflação, diminuir burocracia, acabar com a corrupção, melhorar a infra-estrutura. Não. O objetivo da macro-economia é maximizar a geração de riqueza.
Má gestão macro-econômica leva a desemprego, concentração de renda, miséria, disseminação de doenças, violência e mortes (vítimas de violência ou da falta de recursos para a saúde pública). Tudo em escala nacional.
Um economista responsável, com consciência, deve estar completamente estressado com nossa situação atual de 12,5 milhões de desempregados, 10 milhões de sub-empregados, 7,5 milhões no desalento (desistiram de procurar empregos), crises nos orçamentos estaduais, violência alarmante nos presídios, falta de recursos nos hospitais e na infra-estrutura preventiva de saúde. Desindustrialização deixando situação na qual o salário médio dos brasileiros empregados é de R$1,8K/mês, correspondente ao nível de empregada doméstica em São Paulo. Tudo isto causado voluntariamente pela atual política macro-econômica. E o BC, que gerencia todas as variáveis-chave, vê tudo isto como externalidades. Colocam a culpa na gestão Dilma, nos empresários que não investem, no desemprego que não ajuda no consumo, no Trump, nos terroristas do Oriente Médio…
Keynes sentia este estresse em 1915-1920. Abandonou o cargo de representante do governo inglês na negociação de rendição da Alemanha, quando viu um acordo muito ruim para o povo alemão. Teve vários ataques cardíacos e não dormia bem preocupado com o desemprego gerado por políticas liberais irresponsáveis. Precisou escrever Teoria Geral do EMPREGO, do Juro e da Moeda (1936) para ponderar o pensamento liberal. Stiglitz, como economista-chefe do Banco Mundial, reconheceu publicamente as péssimas recomendações do Consenso de Washington para países sub-desenvolvidos e foi demitido no dia seguinte. Honra. Respeito ao Código em primeiro lugar. Da mesma forma que um médico sofre para salvar seus pacientes. Um engenheiro faz inúmeros cálculos e ensaios para garantir segurança em suas estruturas. O economista tem que conhecer as consequências sociais de seus atos e suas recomendações.
O tempo perdido com brasileiros desempregados é riqueza econômica não construída para o país. Desperdício irresponsável em momento que já estão faltando vários recursos.
Nossos economistas desrespeitam abertamente os ensinamentos de Friedman (política expansionista de base monetária), Keynes (maximização de demanda agregada) e Smith (laissez-faire nos preços de mercado) nesta gestão macro-econômica. Escrevem inúmeros artigos nos principais jornais defendendo suas teses. Fazem lobby para influenciar a missão do Banco Central e a nossa Constituição protegendo setores específicos em forte detrimento da sociedade como um todo.
A missão do BC deve ser minimizar inflação (que não possui nenhuma correlação com geração de riqueza) ou maximizar emprego a juros moderados como o FED?
Aonde está a Honra dos economistas brasileiros?