Minha forte hipótese é que nosso sistema financeiro é Criminoso. As bases desta hipótese são uma série de evidências que listo abaixo. O sistema todo nega estas evidências da mesma forma que Lula, Temer, Dilma, Cunha, Aécio e Cia. Ltda. negam as ilicitudes deles. Caracteriza-se aqui a Seita dos Falsos Liberais Rentistas.
- Paga-se juro real de mais de 6% ao ano no Brasil enquanto o mercado internacional nos cobraria 1%; somos um país, com responsabilidades e ativos de longo-prazo, que são tratados de maneira muito diferente de empresas ou pessoas físicas que podem falir ou falecer. O governo sempre é o devedor de menor risco e não é questão de déficit fiscal de curto prazo que piora a situação a este nível.
- Não há responsabilidade fiduciária entre os membros do BC e do Copom. A postura deles é sempre de justificar juro alto, em atitude desalinhada com o interesse da população brasileira que tem o juro como despesa, não receita. Falam e agem com os interesses alinhados com o “Mercado” nacional.
- Mentem descaradamente sobre razões para usar juro alto que vão contra as melhores práticas internacionais de macro-economia e as evidências empíricas
- usam meta de inflação quando não há correlação entre inflação abaixo de 40% ao ano e crescimento econômico na estatísticas de vários países de sucesso. Por exemplo, Coréia do Sul cresceu a taxas de 10% ao ano de 1960 a 1980 com inflação média de 19% ao ano
- combater inflação com juro vai contra o princípio de laissez-faire defendido por Adam Smith. Os preços são importantes fatores para regular o mercado. Devem flutuar para otimizar oferta e demanda na geração de riqueza.
- boa política liberal defendida por Milton Friedman recomenda expansionismo de base monetária com juro moderado em recessões com ociosidade de mão-de-obra. Estamos com 14%.
- enfatizam o superávit primário (resultado antes do juro) sem qualquer restrição no déficit nominal, que é o principal indicador de saúde fiscal
- neste momento de ociosidade de mão-de-obra, Keynes iria recomendar além de juro mínimo (contenção natural de despesas), investimentos em infra-estrutura para ocupar os desempregados na geração de riqueza com fluxo de caixa futuro
- Usam irresponsavelmente o câmbio flutuante para manipular a inflação e prejudicar os bons empregos brasileiros. Nossa indústria de transformação saiu de 25% do PIB em 1990 para menos de 9% atualmente. Não possuem nenhuma responsabilidade social e menosprezam o fato do FED ter maximização de emprego como sua missão.
- A elevação do juro a partir de 2013 de 7,25% para 14,25% enfraqueceu a economia, diminuiu a arrecadação tributária e aumentou as despesas financeiras levando o déficit nominal de 2% para 10% em 2 anos. Nosso PIB saiu de +3% (2013) para -3,8% (2015). Causou um prejuízo econômico de R$3 trilhões entre perda de PIB e aumento de endividamento entre 2014 e 2016. Desemprego foi de 6% para 14%.
- 9 membros no Copom definem orçamento de R$300-500B/ano em juro. Achamos ilicitudes em praticamente todos os órgãos públicos, muitos deles com orçamentos 1.000 vezes menor do que este e envolvendo muito mais agentes. Estes seres humanos com certeza não são exceções em nossa espécie.
- Nas economias organizadas o setor financeiro possui beta de 1.0, ou seja, possuem resultados correlacionados com o desempenho da economia como um todo. O Brasil afundou 3,8% em 2015, 3,6% em 2016 e os bancos tiveram lucros recordes e muito fortes. Em resumo, o beta deles pode ser considerado zero, faça sol ou faça chuva eles não se molham.
- Colunistas, professores e jornalistas dos principais jornais nacionais defendem os interesses do setor nos debates nacionais, enfatizando as variáveis que lhes são propostas, em posição de conflito de interesse dos colunistas e falta de ética jornalística. Conflito de interesse porque economistas ligados a instituições financeiras, direta ou indiretamente, que têm juros como receita não poderiam comentar sobre estes assuntos (papel de controle fraco do CORECON e da CVM) e falta de ética porque espera-se que o bom jornalismo incentive o debate independente e aberto de idéias, ao invés perpetuar os interesses de seus clientes anunciantes, menosprezando os interesses de seus clientes leitores.
Seita: não deixam questionar as “Verdades” -> então não defendem a Verdade
Falsos Liberais: não respeitam laissez-faire de Smith ao usar juro para distorcer preços (inflação); não praticam política expansionista de base monetária de Friedman (reduzir juro quando necessário)
Rentistas: tentam manter o país no feudalismo onde os controladores dos recursos (financeiros ou terras) enriquecem sem agregar valor para a comunidade
A esperança do país está nas mãos da delação do Palocci, que sugeriu incluir as instituições financeiras, e a delação da JBS que já mencionou nas gravações antecipação de taxa de juro do Copom, influência na seleção de executivos do BC e contato com o HM, que foi presidente do Conselho de Administração da JBS bem no momento que a empresa mais causava estrago no país. E por que será que ele foi contratado como presidente do Conselho desta empresa? 8 anos de governo Lula.
Como resultado da possível delação do Palocci, o grupinho já influenciou o MT que fez medida provisória deixando para o BC negociar leniência com as instituições financeiras, Piada?
Nosso principal problema não é político e não é a corrupção sistêmica. É corrupção macro-econômica. E quando as verdades não podem ser questionadas, nada é Verdade.
BRAVO !!!
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